segunda-feira, 4 de abril de 2011

Prefeituras do Amazonas irão criar portal para combater o consumo do crack



Gestores municipais de todo o país reúnem informações sobre a droga nas suas cidades, para abastecer portal na Internet
Tayana Martins
Prefeitos de municípios amazonenses devem começar a reunir informações sobre o consumo e circulação do crack no Estado. Os dados estarão disponíveis em um portal que está em elaboração pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e deve funcionar para acesso no próximo dia 15. O portal irá conter todas as informações que os prefeitos de todo o Brasil conseguirem sobre a atuação da droga nos locais.


Apesar de não haver muitos casos confirmados de circulação do crack no Amazonas, de acordo com o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, a principal preocupação da confederação é que a maior parte da matéria prima para a produção da droga no Brasil, chega ao País por meio de municípios do Amazonas que fazem fronteira com os grandes produtores de cocaína do mundo.

Segundo Ziulkoski, obter uma espécie de raios X do contato que a população amazonense tem com a droga é fundamental, uma vez que o Estado está em uma das rotas principais de chegada da droga. “Hoje, grande parte do crack consumido nos principais centros do País, a matéria passa pelos municípios de fronteira do Amazonas e depois segue para preparo nos laboratórios clandestinos. O Brasil é conhecido por essa facilidade em obter os componentes químicos para a mistura”, destacou Ziulkoski.

O presidente apontou que é necessário que o País tenha informações consolidadas sobre a atuação da droga, para que os órgãos envolvidos possam elaborar os planos de combate ao uso da substância. “Os problemas relacionados ao uso de crack e outras drogas ilícitas acabam afetando diretamente as prefeituras e são os administradores municipais que tem mais contato com isso, nada melhor do que obter informações deles”, explicou.
Para Ziulkoski, as condições financeiras da população dos municípios acabam influenciando na circulação da droga. “Um indivíduo que não tem muita opção de emprego acaba sendo influenciado e se transformando em mulas, ou mesmo em usuário. Isso tudo será contemplado no portal”, disse.

DROGA ENCONTRADA NA ZONA LESTE DE MANAUS
A primeira apreensão de Crack em Manaus foi feita em junho do ano passado. O material foi encontrado com um homem no São José, Zona Leste de Manaus. A Polícia Civil do Amazonas confirmou a apreensão.

No início deste mesmo mês, o então secretário estadual de Segurança Pública, Geraldo Scarpellini, informou que havia sido apreendido, na região do Alto Solimões, aproximadamente, um quilo de substância em pedra semelhante a crack.

Em fevereiro deste ano, policiais da Rondas Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) apreenderam, 16 pedras de Oxi (ou oxidado), uma nova substância entorpecente derivada da cocaína que já circula em Manaus e em outras cidades do Norte do País. O Oxi é uma variante do crack, mas com efeito e poder de dependência superiores. Para a obtenção do Oxi são adicionados ao cloridrato de cocaína querosene e cal virgem. Enquanto o crack é a mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio.

PESQUISA MOSTRA OS MUNICÍPIOS
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que de 35 municípios consultados no Amazonas, apenas 16 informaram que desempenham atividades de combate ao crack e outras drogas, o que representa 45,71% do total de municípios pesquisados.

A pesquisa sobre a Situação do Crack nos Municípios Brasileiros foi divulgada pela confederação em dezembro do ano passado e apontou que a droga já está presente em 98% dos pouco mais de 3,5 mil municípios pesquisados.

De acordo com o coordenador de estudos técnicos da confederação, Eduardo Stranz, o órgão realizou a pesquisa devido a insistência dos prefeitos de obter informações mais precisas sobre a droga em todo o País. “Muitos prefeitos nos procuraram em busca de ajuda. Pensamos em fazer a pesquisa para que pudéssemos pelo menos ter uma noção de como estão os nossos municípios”, explicou Eduardo Stranz.

Fonte: acrítica.com

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