quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Acusado de estupro é morto durante rebelião no presídio de Humaitá

fonte: Assessoria 4ª CIPM
Junivaldo Lima
Humaitá (AM) - De acordo com informações da Polícia Militar, o fato começou por volta das 17h30 da última terça-feira (11/10) sem muito alarme. Quando por volta das 18h00 alguns dos presos do pavilhão B, começaram a gritar, os Policiais Militares, SD PM J. Pinto e SD PM Mariúba e um “Agente Penitenciário”

que cumpriam suas funções deslocaram-se até o referido pavilhão para verificar o que ocorrera e constataram que ali já se encontrava morto o apenado Antônio Roberto Monteiro, 43 anos, acusado de estupro, com requintes de crueldade e prática necrófila, e com lesões corporais graves o detento Leonan Monteiro, com a mesma acusação, ambos escondidos no banheiro, amordaçados com toalhas e com visíveis sinais de violência sexual.

O fato se sucedeu na ausência do diretor Epitácio Paiva, que naquele momento encontrava-se no Ministério Público, tratando de assuntos internos. Os presos aproveitando-se do benefício do chamado “corredor” (quando ficam fora de suas celas e transitam “livremente” no corredor do pavilhão) puseram em prática a ação criminosa apenas algumas horas após a chegada das vítimas.

Cogita-se que a rebelião teria sido motivada devido a uma revista nas celas feita pela Polícia Militar que ocorreu na última segunda-feira (10/10), quando foram apreendidos vários celulares, da qual os presos muito reclamaram, portanto um dia antes da ocorrência. Outra versão seria a insatisfação de alguns presos que se acham prejudicados ao serem julgados por juízes de varas diferentes.

A Polícia Militar esteve local, com o comandante interino da 4ª CIPM, Ten Pm Prestes, juntamente com os delegados Dr. Teotônio e Dr. Rafael para efetuarem os procedimentos, enquanto as vítimas eram conduzidas pela ambulância à Unidade Mista de Humaitá (Hospital).

Segundo o comandante da 4ª CIPM, capitão Guimarães, o mesmo tomou conhecimento através de policiais militares que trabalham no presídio, que os referidos policiais estavam proibidos de efetuarem o serviço interno e que deveriam ficar exclusivamente restritos à sala de recepção, isso em forma de portaria fixada na entrada do Presídio assinada pelo atual diretor Epitácio Paiva, fazendo com que os presos se sentissem mais à vontade para a prática de ações delituosas.

O Capitão Guimarães afirma ainda que já informou as autoridades acerca do quantitativo excedente de presos que fazem o serviço de cozinha durante todo o dia (fora de suas celas), chegando às vezes a oito internos, que transitam livremente na área interna do prédio, o que facilita a entrada de material ilícito na penitenciária, como drogas, bebidas alcoólicas, “estoques”, serras e celulares, inúmeras vezes apreendidos em revistas nas celas, geralmente arremessados pelo muro situado nos fundos do presídio, dificultando a supervisão por parte dos policiais. Por conseguinte, Policiais Militares sofrem ameaças de morte diariamente, agentes carcerários são desrespeitados, há constantes rixas entre os internos, fugas, como a da semana passada, culminado com o homicídio da última terça-feira.

“Sabemos que o serviço da polícia militar dentro da penitenciária não cabe constitucionalmente à PM devendo ser praticado por agentes carcerários, no entanto devido a falta dos mesmos, historicamente no interior do Amazonas, em municípios como Lábrea, Canutama e até mesmo em Humaitá (até bem poucos meses) é feito pela Polícia Militar”, acrescenta o oficial.







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